quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Último Salto da Humanidade

O artigo a seguir foi retirado de um blog que acompanho e que é muito bom, achei ele bem coeso e interessante, por isso resolvi postá-lo aqui, dando todo o crédito para quem o escreveu, o irmão Hermes C. Fernandes. Que Deus continue a abençoá-lo.
Espero que gostem e que possa edificá-los.
O salto de Deus

Em vez de seguir numa seta ascendente, a raça humana se via rolando precipício abaixo. Em vez de saltar "de glória em glória", estávamos indo "de abismo em abismo". Como bem disse o salmista, "um abismo chama outro abismo"(Sl.42:7). Como reverter isso? Como redimir a humanidade, trazendo-a de volta ao lugar de onde caiu? Só havia uma saída.
O próprio Deus, então, mergulha de cabeça na Criação, e Se faz homem na Pessoa de Seu Filho Unigênito, Jesus. Cristo é o protótipo da Nova Humanidade. Paulo enxergou isso perfeitamente quando chamou-O de “o último Adão” (1 Co.15:45). Ele desce ao coração da matéria, assume nossa natureza, para elevar-nos com Ele.
Não haverá outro salto depois deste proposto por Cristo, que promove a emergência de uma nova designação: o Homo Christus.
Jesus recapitula a história do primeiro Adão. Ele também tem a oportunidade de optar entre obedecer ou rebelar-Se contra o Pai. Mas prefere manter-Se leal Àquele que O enviou ao Mundo para redimi-lo.
N’Ele, o DNA humano (recebido de Maria) é fundido à Natureza Divina. Ele é 100% Homem e 100% Deus. Como homem, enfrenta os temores que assombraram nossa raça desde a queda. Vence a morte, o egoísmo, o ódio, e todas as mazelas advindas do nosso salto desastroso.
Uma vez ressurreto, reúne os Seus discípulos e assopra sobre eles, da mesma maneira como o Pai assoprara no primeiro Adão, e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo.20:22). Com este gesto carregado de simbolismo, Jesus estava afirmando que através de Sua igreja, a humanidade experimentaria um recomeço, dando um novo salto, que diferente daquele, não teria resultados desastrosos, mas gloriosos. A igreja seria, por assim dizer, o embrião da nova humanidade, que construiria a civilização do Reino de Deus. Aquele sopro era uma espécie de Avant Premier , ou se preferir, uma pré-estréia do que aconteceria dez dias após Sua ascensão, com a chegada efetiva do Espírito Santo em Pentecostes.
Aqui vemos de maneira mais acentuada a diferença entre o primeiro Adão e Cristo, o último Adão. O primeiro recebeu o sopro da parte de Deus, tornando-se “alma vivente”, retransmitindo esta condição a toda sua descendência. O último Adão, por ser “espírito vivificante”, é quem sopra sobre os Seus, compartilhando-lhes a natureza divina (1 Co.15:45). Todos recebemos a natureza adâmica por nascimento, via DNA. Mas somente os que experimentam o “novo nascimento”, promovido pelo Espírito Santo naqueles que crêem em Cristo, são partícipes da natureza divina. Formamos, então, uma nova espécie, a do Homo Christus, chamada nas Escrituras de “Homem Espiritual”.
O salto evolutivo proposto por Deus através de Cristo nada tem a ver com a teoria darwinista. Não se trata de uma evolução biológica, mas de consciência.
A exemplo da tecnologia Blu-ray, a mídia continua aparentemente a mesma. Não dá para distinguir um DVD de um disco Blu-ray. A mudança está no interior da mídia. Da mesma forma, qualquer membro de nossa espécie pode potencialmente ser agregado ao Homo Christus, tornando-se parte do Seu Corpo Místico. Basta que haja uma mudança no âmbito da consciência, chamada nas Escrituras de “coração”.
O que os antropólogos chamam de Homo Sapiens, a Bíblia chama de “homem natural”. A propósito, Homo Sapiens significa literalmente Homem Sábio. Porém, Deus chama de loucura a sabedoria humana. Já o Homo Christus é o homem espiritual, cuja consciência foi transformada pela atuação do Espírito Santo.
Veja o que Paulo diz sobre isso: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem a tudo...” (1 Co.2:14-15a).
Nosso DNA continua o mesmo, porém nossa composição espiritual foi afetada para sempre. Assim como Deus Se mesclou à nossa natureza, assumindo nossa composição genética, somos assimilados pela Natureza Divina (2 Pe.1:4), de maneira que “aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele” (1 Co.6:17).
Deus desce ao patamar no qual a queda nos colocou, para elevar-nos a um patamar de glória inalcançável pelos nossos próprios esforços ou méritos. No linguajar bíblico, recebemos um novo coração.
Quando recebi o filme em Blu-ray, tentei rodá-lo em meu computador, pois imaginei que fosse capaz de ler qualquer mídia. Mas não logrei. Se quiser assisti-lo, terei que comprar um player mais cedo ou mais tarde. O problema não é o disco, mas a ausência de um aparelho compatível para tocá-lo.
Não há nada de errado com a Lei de Deus. O problema não está na Lei, mas na incapacidade do homem em obedecê-la. Embora tenha sido dado pelos anjos, sua origem é o próprio Deus. A Lei é perfeita, mas não pode ser “tocada” senão em um novo coração.
Para que lográssemos atender às suas demandas, precisaríamos ser regenerados, isto é, receber um novo coração, uma consciência transformada.
Foi Deus quem prometeu: “Dar-lhes-ei um coração para que me conheçam...” (Jr.24:7a). “Então eu lhes darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne, para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem...” (Ez.11:19-20a). E o escritor de Hebreus cita a mesma promessa: “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seu entendimento...” (Hb.10:16a).
Nossa relação com a Lei é diferente dos que viviam sob a égide da Antiga Aliança. Já não estamos sob a Lei, nem tampouco sob a tutela dos anjos! A Lei agora foi gravada em nossas consciências, e estamos sob a tutela do Espírito Santo. No dizer de Paulo, recebemos a mente de Cristo, apta a discernir o bem e o mal, e optar pelo o que é certo.
A morte vicária de Cristo na Cruz nos resgatou da condenação da Lei, e nos livrou definitivamente do poder que o império das trevas exercia sobre nós. Nossos fantasmas foram exorcizados. O ciclo interminável deflagrado pelo pecado foi rompido. A morte já não se constitui ameaça para nós. Nosso pesadelo chegou ao fim. Sua ressurreição é a garantia de que um dia, quando nosso disco estiver gasto, receberemos uma nova mídia, isto é, um corpo glorificado, que jamais se desgastará. A descida do Espírito Santo em Pentecostes nos habilitou a sonhar novamente, a acreditar e trabalhar pelo futuro da humanidade.
A Árvore da Vida agora nos é franqueada. Somos convidados a alimentar-nos dela constantemente. Esta árvore é ninguém menos que o próprio Cristo, a “Videira Verdadeira”, (Jo.15). Ele quem disse: “Quem de mim se alimenta, por mim viverá” (Jo.6:57b).

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